A Festa da Lavadeira,
Uma festa à lá Iemanjá!
(Por Gilson Silva)
A Festa da Lavadeira é uma manifestação
popular que começou em 1987 e que tem aspecto religioso, pois a lavadeira, que
deu origem a festa é uma ancestral filha de Iemanjá, segundo os seus idealizadores.
Chega a 26ª edição com muito calor humano e alegria. Depois de muita polêmica,
o poder econômico, ligado as empresas imobiliárias, com o aval do Ministério Público
tangeu esse belo evento que desde sua criação foi realizado na Praia do Paiva
(Cabo de Santo Agostinho), tangeu para o Recife Antigo, para a alegria dos
recifenses que gostam de cultura popular, mas para muitos de lá (de Santo Agostinho),
até mesmo recifenses que sempre iam pra lá curtir o evento não gostaram nada
dessa mudança. Não teve uma areinha de praia pra deita-se e descansar um pouco,
entre uma atração e outra. Eles viram só chão com asfaltado quentíssimo, eles
sentiram falta do banhozinho de mar e aquela laminha pra sapatearem, dançando
um belo coco de roda. Apesar dos pesares o evento realizado no Recife foi bem
estruturado, faltou com certeza a participação dos blocos líricos, já que são a
cara da cidade, o mais legitima representante da cultura recifense, não sei
porque do boicote aos blocos líricos, ademais tudo foi muito alegre, colorido...
Mais de 50 grupos se apresentaram: maracatus, afoxés, cirandas, grupo de pife,
grupo de forró, orquestra de frevo, escolas de samba, urso, caboclinhos, tribos
indígenas, boi, pastoril profano, clube e troça carnavalescas e nada de bloco
lírico! Nenhum flabelo foi visto desfilando na área, por quê? Não sei! Só sei
que o evento foi bom e os grupos de coco e maracatus botaram pra mexer uma
massa ávida de cultura popular, sem “novinhas” pra encher o saco, mas novinhas,
literalmente belas se espalharam por todos os cantos, desabrochando risos, chacoalhando
corpos sarados no molejo jovial, perfumando as vistas dos “marmanjos”. A 26ª
Festa da Lavadeira chegou ao Recife pela porta da frente, fez toda gente
dançar. Selma lembrou o coco de Chico, Karynna Spinelli, Clara Nunes fez
lembrar e Lia não pagou mico quanto nos fez cirandar. Feliz eu te digo: ninguém quis ver o show
terminar. Mas terminou com a poesia da voz potente desta Bahia de lá que
encantou com nostalgia nós de cá, repleta de meiguices. Falo de Virginia
Rodrigues que cantou pra nos encantar e terminou sem terminar esse show à lá Iemanjá!
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